Nosso querido blog está chegando ao fim junto com a matéria Diplomática e Tipologia Documental. Esperamos que tenham gostado do blog e da nossa Oficina e que tenhamos conseguido passar a vocês o que aprendemos na matéria. Qualquer dúvida, elogio ou sugestão, nos mande um e mail. Ficaremos felizes em responder.
O vídeo abaixo possui um pequeno resumo da matéria:
Nesta atividade faremos a Oficina Virtual, onde disponibilizaremos aqui no blog tudo o que rolou na oficina presencial realiza da sexta feira passada.
Esta atividade faz parte da disciplina de Diplomática e Tipologia Documental ministrada pelo prof. André Lopez, no curso de Arquivologia da Unb. O intuito da oficina e do blog foi ampliar o horizonte a respeito de documentos e documentos arquivísticos, trabalhar conceitos como, por exemplo, série, veracidade, autenticidade, fundos, gênero, espécie, função entre outros, bem como aprender a utilizar recursos como o bizagi, a realizar uma análise diplomática e tipológica, que são conhecimentos inerentes ao nosso curso e difundí-los. Para isso cada grupo escolheu um documento (no nosso caso, obviamente, foram os mapas) e ao longo do semestre aplicamos esses conhecimentos para as suas respectivas especificidades.
Arquivologia: Disciplina que estuda as funções do Arquivo e os princípios e técnicas a serem observados na produção, organização, guarda, preservação e e utilização dos Arquivos.
Vamos começar conhecendo um pouco mais sobre este documento tão interessante...
Breve Histórico dos Mapas
Os primeiros suportes de mapas foram peles de animais,
argila, madeira, rochas, entre outros. Os primeiros mapas foram registros de
terras que tinham a função de identificar e administrar o meio ambiente, as
terras férteis e os limites das propriedades e das fronteiras.
Um dos mapas do mundo mais antigos vem da Babilônia, há cerca de 500 anos A.C.
Seu suporte era a argila e ele retratava a região da Babilônia envolta do
rio Eufrates.
Babilônia (500 a.c.)
Em 480 A.C, o grego Hecateu de Mileto resumiu os conhecimentos geográficos gregos da época e criou um mapa circular onde a Europa, Ásia e África eram cercadas por um oceano.
Mas foi o grego Ptolomeu (150 D.C.), após fazer pesquisas na Biblioteca
de Alexandria, quem apresentou um sistema de coordenadas com referências a cerca
de oito mil lugares, produzindo então, uma grande referência por toda a Idade Média.
Durante a Idade Média, a Igreja teve forte influência nas
confecções dos mapas, que eram feitos de forma a perder a exatidão, o que fez
com que a cartografia perdesse sua lógica. Nesta época, a cartografia passou sem grandes evoluções no Ocidente.
Já no Oriente, os árabes foram os principais responsáveis pelo preservamento e desenvolvimento dos conhecimentos da cartografia. Graças a eles e aos portugueses, que iniciaram as Grandes Navegações no século XV, a cartografia voltou à tona.
Após o "descobrimento" da América, já no séc. XVI, o holandês Gerard Mercator usou todo o conhecimento que já existia para produzir o mapa múndi que levaria seu nome e representava grandes rotas em linha reta.
Só a partir do séc. XVII, os países começaram a se preocupar com a cientificidade dos mapas. Em 1744, na França, é realizado o primeiro levantamento topográfico oficial.
No início do séc. XX a cartografia passou a ser auxiliada pela
fotografia e pela aviação.
Hoje, além de fotos tiradas por aviões bem mais equipados,
temos também as fotos tiradas por satélites, onde sofisticados equipamentos
eletrônicos permitem a confecção dos mapas digitais, que conhecemos como Google Maps. Uma das importâncias fundamentais destes mapas hoje é a
possibilidade de prever catástrofes naturais e estudar maneiras de combatê-las e minimizar seus danos.
Se quiser saber mais sobre a história dos mapas, confira o vídeo que editamos, abaixo:
Sobre a Legislação e normatização referente a mapas no Brasil...
Historicamente o uso da Cartografia esteve restrito às questões de segurança e integração nacional.
Todavia, com o reconhecimento da necessidade da componente geográfica do desenvolvimento, há uma demanda crescente de informações precisas e articuladas acerca dos diferentes territórios que compõem o espaço geográfico brasileiro, de modo que se tenha um diagnóstico permanente de suas necessidades e potencialidades. Esse conhecimento aprofundado acerca do território nacional é fundamental para nortear a atuação governamental. Revela-se aí, portanto, a importância da Cartografia como instrumento de planejamento e gestão pública.
Na administração pública, o uso da cartografia se presta ao planejamento e desenvolvimento territorial, ambiental, social e econômico de regiões, estados e municípios. Elaboração de bases cartográficas plano-altimétricas estruturadas, mapas regionais, estaduais, e municipais.
A cartografia no Brasil foi regulamentada a partir do Decreto-Lei nº 200/67, que instituiu o Ministério do Planejamento como órgão responsável pela organização do Sistemas estatístico e cartográfico nacionais.
Neste contexto é reconhecido o Sistema Cartográfico Nacional – SCN- pelo Decreto-Lei n°243/1967 cuja gestão é do Ministério do Planejamento, assessorado pela Comissão Nacional de Cartografia – CONCAR.
O Decreto-lei n°89.817/1984, Instituiu como função da CONCAR o estabelecimento das normas técnicas a serem observadas por todas as entidades públicas e privadas; produtoras ou usuárias de produto cartográfico.
Para saber mais:
www.concar.ibge.gov.br
Mapas e a arquivologia: contextualizando...
Potencialidade de Ocorrência de Cavernas Baseada na Litologia - Primeira Aproximação - Distrito Federal
Eu não sou de se jogar fora...
Um mapa é um documento que não perde o valor probatório. Mapas não devem ser eliminados.
Quando um mapa é produzido por uma instituição e está em uso corrente ou na fase intermediária, cumprindo sua vigência administrativa é um documento "comum". Entretanto, quando termina sua vigência e passa para a fase de guarda permanente, por mais o que o tempo passe, que as tecnologias mudem, os mapas são recursos que podem voltar a esfera administrativa, também podem ser usados em situações jurídicas, na medição e evolução de aspectos sócio-demográficos, em casos de catástrofes ambientais, etc.
Em casos de catástrofes ambientais, as instituições públicas podem lançar mão de mapas em uma fase permanente para serem novamente utilizados em atividades administrativas. A exemplo disso temos:
A catástrofe do rompimento da barragem de resíduos de minério de ferro em Mariana -MG em 05 de novembro de 2015.
Hoje, com as novas tecnologias, ferramentas cibernéticas (Google Maps, Earth, Street View...), facilmente podemos compreender a aplicação dessas tecnologias na compreensão geoespacial antes e depois de tragédias ambientais. Portanto, as instituições podem lançar mão da utilização de mapas tradicionais em conjunto com novas tecnologias para realizarem atividades administrativas emergenciais, de médio e longo prazo.
Arquivo Permanente: Conjunto de documentos preservados em caráter definitivo em função de seu valor. Também chamado de Arquivo Histórico.
Colocando em prática a disciplina DTD...
" De um lado, a Diplomática tende a individualizar cada documento, enquanto a Arquivologia busca a inserção de cada documento em conjuntos mais amplos, caracterizados pelas atividades que os produziram (as séries). Tais especificidades, que distinguem essas disciplinas, ao mesmo tempo, as tornam complementares." (Lopez 2012)
Para exemplificar as informações citadas nesta oficina, procuramos nos arquivos do DF um mapa bacana para abordar (com dificuldade, pois em certos lugares infelizmente nota-se muito descaso com esse patrimônio). Escolhemos um mapa confeccionado pela CECAV (Centro Nacional de Estudos, Proteção e manejo de Cavernas) :
Faremos a análise diplomática e tipológica deste documento, porém em duas situações: uma no contexto da nossa oficina e a outra, do próprio Órgão que o criou.
No contexto da ICMBIO:
Denominação/espécie: Mapa de Potencialidade de ocorrência de Cavernas baseada na litologia;
Formato: Imagem JPEG;
Gênero: Cartográfico;
Suporte: Digital/ computador;
Forma: cópia;
Definição: Mapa de potencialidade de cavernas para monitoramento da CECAV;
Fundo: ICMBIO
Data de Emissão: 2008;
Função Administrativa: Levantamento de dados para acompanhamento das cavernas;
Contexto Institucional: O documento é resultado de expedições realizadas pela CECAV para mapear as cavernas pelo Brasil e controlar o acesso visando a preservação, o monitoramento, e a conservação das mesmas.
No contexto da nossa oficina:
Denominação/espécie: Mapa de Potencialidade de ocorrência de Cavernas baseada na litologia;
Formato: Folha avulsa A3
Gênero: Cartográfico;
Suporte:Papel;
Forma: cópia;
Definição: Mapa de potencialidade de cavernas para atividade da disciplina de DTD;
Fundo: Grupo Arquivo Maps
Data de Emissão: 06/11/2015
Função Administrativa: #
Contexto Institucional: Reprodução do mapa para do acervo da ICMBIO para utilização como exemplo na oficina de DTD.
Observamos que, o contexto em que o documento está inserido é determinante para sua avaliação e para que ele seja considerado um documento de arquivo, mesmo sendo o mesmo documento. No primeiro exemplo temos de fato, um documento de arquivo, pois além de o original ter sido confeccionado de acordo com os trâmites estabelecidos para sua autenticidade ( padrão do Decreto nº 6.666, de 27 de Novembro de 2008 e da Comissão Nacional de Cartografia-Concar), ele é fruto de uma função administrativa e comprova as atividades desenvolvidas pela CECAV. Sua destinação final é a guarda permanente. No caso da nossa oficina ele não necessariamente é um documento de arquivo. Ele apenas colaborou com nossa apresentação, mas não tem um valor de prova ou histórico. Ou seja a relação do documento com seu contexto é de extrema importância para a Arquivologia, pois somente o documento inserido no seu contexto, respeitando a organicidade e proveniência exercerá sua função.
Saiba mais sobre Diplomática e tipologia:
DURANTI, Luciana. Diplomática: usos nuevos para una antigua ciencia. Trad. Manuel Vázquez. Carmona (Sevilla): S&C, 1996. (Biblioteca Archivística, 5). - CAP. 1 LOPEZ, A. Identificação de tipologias documentais em acervos de trabalhadores. In: MARQUES, Antonio José; STAMPA, Inez Tereznha Stampa. (Orgs.). Arquivos do mundo dos trabalhadores: coletânea do 2º Seminário Internacional. São Paulo; Rio de Janeiro: CUT; Arquivo Nacional, 2012, p. 15-31
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